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quinta-feira, agosto 18, 2016

Treinamento Funcional


Já faz um tempão que estou tentando me adaptar a uma prática de exercício físico. Tentei natação, mas meu medo da água foi maior, e após seis meses desanimei.

Tentei musculação, mas achava um saco aquele ambiente pesado e neurotizado de academia.

Cogitei até fazer dança do ventre. Mas as minhas pelancas falaram mais alto. Ainda me sinto constrangida com elas.

Mas meu cirurgião sempre me cobrava isso nas consultas, a necessidade de fazer um exercício físico. Eu emagreci muito, 52 no quilo total, e sem atividade física perdi muita massa magra também, o que não é nem um pouco bom.

Em cinco anos eu fiquei totalmente sem força física, e não foi por falta de orientação médica não. 

Até que encontrei o chamado treino funcional. Só que para pagar todos os meus pecados é feito na areia; E pensem num trem intenso, mas não nego, adorei. É ao ar livre, é em grupo, as pessoas que treinam comigo são reais (não aquelas super bombadas). Os exercícios são dinâmicos, e toda semana o treino muda.

Já estou treinando a quase dois meses e já fiz cada exercício que nunca imaginei que conseguiria. Já corri até arrastando pneu, e olha que eu não conseguia correr. Simplesmente não conseguia! 

Além de descobrir que eu não sabia como correr. A treinadora me ajudou a melhorar muito meu equilíbrio e coordenação motora. 

O treino na areia é muito, muito desgastante. Termino o treino mortinha.  Mas o lado maravilhoso e que como os exercícios são muito dinâmicos, você, com o tempo, vai ganhando força, equilíbrio, flexibilidade, condicionamento e resistência.

É um treino muito indicado para quem quer emagrecer porque é puxado pra caramba e queima mesmo. Derrete tudo! Na primeira semana você fica toda dolorida. Subir e descer escadas é quase impossível, você até cogita em nunca, jamais voltar ao treino.

Mas depois a gente pensa direito, lembra de nossos objetivos e decide voltar e persistir. E vou falar para vocês, toda aula é uma superação. Pois o treino nunca é o mesmo e necessitamos sempre nos superar.

Estou lá porque preciso de força, resistência, condicionamento e é claro coordenação motora. Pensem numa serumaninha que é descoordenada. Prazer, eu!

De aspecto negativo eu só notei a relação da areia com os pés. Primeiro, inocentemente eu tentei treinar de meias, mas elas não aguentam o atrito e se desfazem. Depois desencanei e fui treinar descalço mesmo. Mas meus pés ficaram ásperos e eu não gostei. Daí uma das gurias do grupo comprou uma botinha de neoprene (aquelas que os mergulhadores usam) e parece que isso solucionou a crise. Vou comprar uma também.

Tô gostando muito e realmente indico. Só repito que é preciso querer se superar. Depois disso caímos de paixão e então viramos fã.




quarta-feira, agosto 17, 2016

Quilos Mortais


Há um tempo atrás eu conheci um programa que me chamou muito a atenção chamado "quilos mortais".

Ele conta a histórias de pessoas com super obesidade (sim, isso, mesmo) e a luta delas para recuperar suas vidas através do emagrecimento. Sim, recuperar suas vidas pois com super obesidade uma grande porcentagem delas já não consegue nem caminhar, muitas vivem presos em cima de uma cama. 

E como sofrem! É absurdo o sofrimento pelo quais passam. É muito triste a maneira como não conseguem parar de se ferir. 

Então quando elas decidem que é hora de pedir ajudar, elas conhecem um médico especialista em cirurgia bariátrica em pessoas com super obesidade. Na maioria das vezes, elas tem a ajuda de uma equipe de psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas.

 Em casos mais extremos, quando a risco de morte é muito iminente elas ficam um tempo internadas no hospital, até que o risco passe. Existem aqueles que também ficam internados para conseguirem dar início a uma dieta que possibilite uma perda de peso para que a cirurgia possar ser realizada.

Mostram a vida do pacientes antes, como ele vive, como se sente. Mostra os encontros com o médico, o início do tratamento, a cirurgia e o início das mudanças conquistas depois de uma drástica perda de peso.

O programa nos faz refletir bastante sobre a nossa relação com a comida e como podemos nos ferir com isso a ponto de sermos prisioneiros de nossa compulsão e de nosso corpo.

Sempre que vejo um episódio, me vejo muito naquelas pessoas, vejo a complexidade dos problemas envolvidos que que o obeso mórbido enfrenta.

Vou deixar um link de uma fã page do facebook que disponibiliza os episódios. O mais legal é que tem outros programas sobre obesidade lá, mas eu quero falar sobre eles em posts separados.

Para quem é obeso, pra quem tá pensando em fazer a cirurgia bariátrica e para quem já fez é um programa que pode nos ajudar enxergar com clareza a obesidade mórbida. Como ela afeta todos os aspetos de nossas vidas e pode, sem dúvidas, nos roubar muitas coisas (e nos rouba).

Olha o link aqui:
http://www.facebook.com/quilosmortais

Passa lá, veja, sinta e acima de tudo reflita muito. Um abraço!

Ah! Um abraço ao dono da página, que só posta os vídeos lá com a intenção de ajudar as pessoas a reconhecerem uma situação tão perigosa e a pediram ajuda o quanto antes.



quinta-feira, agosto 04, 2016

Não se abandone jamais


Nunca se abandone. Nunca deixe de cuidar de si mesmo.
Esse princípio é vital, e se aplica a todas as pessoas, em todos os momentos da vida.
Mas eu queria falar mesmo era sobre as pessoas que se submetem à cirurgia bariátrica.
Um cirurgião Bariátrico em geral acompanha seus pacientes por muitos anos, eu tenho muitos pacientes que já acompanho por mais de 15 anos.
É um bom pedaço da vida da pessoa dividindo comigo muitas experiências.
Encontros, desencontros, realizações, alegrias, sofrimentos, ganhos, perdas, sucessos,fracassos, enfim, tudo que faz parte da vida. 
A gente ouve, aconselha, trata, corrige rumos, ajuda, ou pelo menos tenta não atrapalhar, se alegra junto e às vezes fica triste junto.
Não há nada que me deixe mais desanimado e triste do que ver um paciente se abandonar.
Como pode ser esse abandono, essa falta de cuidado consigo mesmo?
A cirurgia bariátrica muitas vezes foi decidida como o último recurso para tratar um problema, que estava sem controle e provocando muita dor e sofrimento físico, social e psíquico.
Mas, apesar de ser muito eficaz, ela exige cuidados especiais, exige sacrifícios.
Nós modificamos um sistema digestivo aparentemente normal, para a pessoa perder algum excesso de peso e obter o alívio para uma série de doenças que acompanham a obesidade.
Nós não apenas causamos restrição à capacidade da pessoa comer muito, nem tão pouco causamos somente a diminuição da absorção dos alimentos.
Nós modificamos, através do procedimento cirúrgico, a maneira como funcionam todas as funções metabólicas, o apetite, a sensação da fome, a saciedade, o gasto calórico basal, a termogênese dos alimentos, a sinalização entre o tubo digestivo, seus hormônios, suas glândulas anexas e o cérebro.
Nós modificamos a forma como circulam os sais biliares e até mudamos o perfil bacteriológico da microbiota intestinal.
Todo o metabolismo dos carboidratos é alterado, produzindo melhora da secreção e da sensibilidade à insulina e consequente melhora dos níveis de glicose no sangue e curamos o diabetes.
Mas a cirurgia bariátrica exige que a pessoa use suplementos vitaminicos, faça exames e consultas periódicas e tenha hábitos de vida saudáveis, como comer alimentos nutritivos e fazer um pouco de atividade física.
Ninguém precisa ficar neurótico com a comida, viver no consultório do cirurgião, nem da nutricionista, e muito menos virar atleta, mas tem que se cuidar.
Abandonar-se, descuidar-se é deixar-se morrer.
A morte está dentro de cada uma das nossas células. Literalmente cada célula possui um vacúolo no seu interior, contendo enzimas ou água oxigenada, que pode destruir imediatamente a própria célula.
A morte também está ao nosso redor, basta prestar atenção aos perigos que nos rodeiam.
A vida também está dentro de nós, e por todos os lugares.
Nós, e cada uma das nossas células, temos que lutar o tempo todo pela vida e contra a morte.
Um paciente Bariátrico se abandona quando não toma seus suplementos e vitaminas, quando não se consulta mais com sua nutricionista, quando come porcaria que não é nutritivo e prejudica a saúde, como biscoitos e refrigerantes, quando fica sedentário e inativo e quando ingere bebida alcoólica de forma irresponsável.
O resultado desse abandono é um grande fracasso, que pode não ser temporário.
Quando a gente passa por uma fase sofrida da vida, quando sofremos alguma perda muito grande, nós temos todo o direito de ficar tristes e chorar, só não podemos nunca é nos abandonar, jamais.


Dr. Orlando Pereira Faria
Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e responsável Técnico pela Gastrocirurgia de Brasília; graduado pela Universidade de Brasília (UNB). Fez residência no hospital universitário e especialização em cirurgia do aparelho digestivo na Universidade de Paris. Em 1999, fez curso e estágio no Instituto Garrido em São Paulo, e começou a operar em 2000, apresentando excelentes resultados e com baixíssimo índice de complicação.