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quarta-feira, dezembro 30, 2015

Voltando a falar sobre o diário alimentar



O diário alimentar me foi proposto no pré operatório, como um meio para começar a me observar. Desde então já se passaram quase cinco anos. A ideia é começar a observar o que geralmente fazemos no automático: a mastigação, a quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos, e os sentimentos envolvidos.
 

Mas essa tarefa aparentemente tão fácil pode ser bem complicada do que imaginamos. Primeiro porque ela requer total honestidade, sinceridade. Aqui não pode rolar pequena mentiras ou omissões. A intenção é nos mostrar claramente, sem rodeios ou floreios a nossa compulsão alimentar.

Tem um texto muito legal da psicóloga Luciana Kotaka que nos ensina direitinho como fazer o diário:


"Alguma vez você parou para anotar a quantidade de comida que ingeriu durante o dia? Alguns estudos científicos sugerem que anotar tudo o que se come ajuda a perder peso e não voltar a engordar.

Isso porque é uma forma bem eficiente de mostrar concretamente o que a fez engordar. Na grande maioria das vezes achamos que comemos pouco, mas ao anotar tudo o que se come, detectamos muitos erros alimentares, que aos poucos vai se somando e alterando aos poucos os ponteiros da balança.

Ao visualizarmos o que ingerimos, fica claro que a única pessoa responsável por estar acima do peso é você mesma. Mesmo você sabendo que você é o que come, anotar tem seu diferencial, cai a responsabilidade em suas mãos, e você se torna bem mais consciente do que está ingerindo.

Vamos tentar?

Escolha um local para anotar, pode ser uma caderneta, folhas de papel avulsas, caderno, computador, celular. Hoje existem alguns programas na internet que facilitam essas anotações, já lhe passando a quantidade de calorias ingeridas e sugestões.

Coloque o dia, os horários e a quantidade ingerida de cada comida. Vale colocar também as bebidas e os lanches intermediários.

Aproveite para notar seu dia, como foi, o que sentiu. Vai poder avaliar com mais critério o que comeu, onde exagerou e qual a relação dos aspectos emocionais no seu comportamento alimentar.

Vamos lá, está esperando o que para começar, a hora é agora!"

Muito legal o texto dela, né?
Agora vou contar como foi minha experiência.

Anotei durante seis dias todas as refeições que fiz, a hora que comia, o tempo que gastava em cada refeição, o que comia, a quantidade e como me sentia antes e depois das refeições.

Para mim o resultado foi positivo. O que me impressionou muito foi que ao ter que me observar, acabei descobrindo que nunca tive o cuidado (ou interesse) de me observar, vivia no automático.

Senti um choque ao tomar consciência da quantidade exata do como. Me assustei um pouco. Mas passado o choque, eu já estava tentando modificar algumas coisas que começaram a me incomodar.

Em poucos dias, quando eu ia comer alguma coisa eu parava um minuto, pensava nas coisas que já havia comido, na quantidade, tentava ter certeza que estava com fome e que aquilo que eu ia comer tinha qualidade e só depois comia. Saí do “comer automático”.

Algumas coisas que  descobri com o diário:

Anotando o tempo que se leva para ingerir as refeições você pode observar a mastigação.  É importante observar a mastigação porque ela está diretamente ligada ao sentimento de saciedade, assim, quanto mais mastigamos mais saciados nos sentimos e tendemos a comer menos. Mas vou confessar, é um saco mastigar muito, dá uma agonia danada, e até se acostumar leva um tempo.

Anotando os horários pode-se observar se você é “beslicador”, se costuma pular refeições, se passa muitas horas sem comer, etc.

Anotar a quantidade e o que se ingere te ajuda a ter noção da qualidade e das modificações que você pode fazer na quantidade.

Anotar os sentimentos antes e depois de comer é essencial porque você pode, como aconteceu comigo, descobrir que come automaticamente, por ansiedade, tristeza, e muitas vezes sem fome.  

Bom, a idéia do diário me agradou muito, me ajudou bastante, e vou continuar usando até me habituar a me observar. 

Vou deixar aqui um exemplo do diário para baixar em formato pdf. Espero que ajude. 



http://migre.me/syQbU 

sábado, abril 04, 2015

Faxina na alma

Depois de começar a fazer uma faxina nos hábitos alimentares com a ajuda da cirurgia bariátrica eu tive que fazer uma faxina psicológica também. Todas as duas exigiram de mim superação. Uma modificou meu corpo e a maneira como me vejo em frente ao espelho. O outra foi como um terremoto, desmoronou tudo, tudo foi abaixo. Mas depois tive a oportunidade de começar a me reconstruir e me reconhecer de maneira beeem diferente também. 

Sabe aquela faxina que fazemos em casa e que queremos tudo limpinho, arrumadinho? Dá um trabalhão, não é mesmo? Mas quando terminamos, mesmo cansados, ficamos contentes em poder estar num ambiente limpo e ordenado. 

É tão bom colocar aquele lixo acumulado para fora, remover o pó, lavar o que está sujo. Doar o que não usamos mais, mas que serve para o próximo. Aos pouquinhos, tudo aquilo que antes estava numa desordem vai tomando seu devido lugar e somos tocados por uma sensação de bem estar tão gostosa.

Faxinas são excelentes. Sabe aquele alimento que você não come mais depois que operou porque simplesmente ele te faz mal? Seja porque dá dumping, seja porque não cai mais bem, seja porque você não suporta mais comer aquilo, ou seja pelo simples fato de que aquilo não te serve mais? Com nossas almas, com nossas emoções é o mesmo. Não é só buscar ter um corpo magro, mas uma mente também. Não se alimentar mais aquelas emoções ruins que vivemos e que nos entopem, faxinar tudo isso.

Vamos limpando, ordenando, emagrecendo também as mágoas, os ressentimentos, a baixa auto-estima. Organizando tudo, abrindo espaço para outras coisas. É sim, quando o lixo vai embora e as demais coisas são colocas em seu devido lugar, descobrimos que existe espaço onde achávamos que não poderia existir. Legal, não é? 

O que poderíamos fazer com esse espaço? o que colocar lá? Acredito que essas nossas novas escolhas, na maioria das vezes, serão impulsionadas por nossos sonhos. Aqueles sonhos relegados ao esquecimento porque acreditávamos não haver espaço para eles.   Imagino também que depois de tanto trabalho, devemos procurar dar preferência, ao preencher os espaços, ás coisas úteis, evitando, assim, que daqui a pouco tempo nós estejamos acumulando aquele tanto de lixo novamente. 

Que nossos, 30, 40, 50, 60 quilos se despeçam de nós, mas que nos despeçamos também das mágoas e todas as situações discriminatórias, vexatórias, humilhantes, angustiantes vividas quando ainda os tínhamos. Vamos colocar tudo isso num saco de lixo, junto com todas as palavras de desânimo que nos direcionaram e as palavras maliciosas e maldosas. Vamos abrir espaço para as coisas boas.

Não dói colocar por lá um pouco de foco, uma dose de alegria, uma pitada fé, uma salpicada de amor próprio. O que dói é deixar esse lixo lá. E já que tiramos tanta coisas ruins, que o bom venha para acrescentar.

Raquel

sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Hoje

Hoje eu quero uma companhia.
Não uma companhia qualquer,
Nem aquela que é tão desejada pelo coração de mulher.
Hoje eu quero a minha.

Hoje eu quero meu respeito e meu carinho.
Hoje eu quero ser minha melhor amiga e companheira.
Quero minha compreensão e minha amizade.
Hoje eu quero meu melhor abraço.

Hoje eu quero a Raquel, aquela que é filha amada do Enok e da Nôemia,
Aquela mulher que ainda é um pouco menina e que parece ser todo coração.
Aquela que é a irmã querida, que é a tia que é alegria, que é a amiga que tantas vezes é o amparo para alguém, todas só para mim.
Hoje eu quero reunidas, todas juntas numa só.
Para me lembrar que não estou só.
.
Hoje necessito de meu olhar mais carinhoso, do meu mais beijo gostoso, de minha risada mais boba, de meu carinho mais mansinho e daquela força que nunca sei se tenho, mas que sempre vem.
Hoje eu preciso de amor, de meu grande amor.

Hoje quero aquela minha alegria, quero retomar minha vida, que em algum momento deixei.
Me perdi e sofri, mas agora quero novamente sorrir, quero o melhor para mim também.
Hoje somos nós todas juntas numa só, reunidas numa grande tarefa de redescobrir quem sou.

Olhar bem fundo e resgatar meu valor, com muito amor.


Raquel de Barros

Hoje foi dia de terapia.