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quinta-feira, julho 01, 2010

O preço da obesidade na minha vida



Estou em fase pré-operatória para realizar a gastroplastia. Ao contrário do que muitos pensam, quando se opta por fazê-la não se opta por ser o caminho mais “fácil e rápido” para emagrecer. Garanto que não. A questão é mais complexa e envolve muito mais as que o ato cirúrgico.

Sou obesa desde a infância, tive uma adolescência complicada e há mais ou menos cinco anos minha vida está paralisada. Fiz diversos tratamentos médicos. Quando percebi que quanto mais o tempo passava, mais as coisas se complicavam na minha cabeça, decidi pedir ajuda.

Com um auxilio especializado pude enxergar que estava presa num circulo vicioso, comia porque me sentia triste e ficava triste porque comia. E pior, descobri que a comida, nos últimos anos, tinha sido meu único prazer. Triste, não é? Mas sabe o pior? É um prazer-dor, pesa mais como dor, não como um prazer.

Comer compulsivamente me fez esquecer, por muito tempo, que a vida tinha outros prazeres, e que eu podia (e queria) usufruir deles. Demorou um longo tempo até eu perceber o preço da obesidade em minha vida.  A conta era alta e já fazia muito tempo que estava pagando.
Quando decidi fazer a cirurgia a proposta foi a de usá-la como uma ferramenta de reconstrução de hábitos. E no meu caso, tive que começar esta mudança pela parte psicológica. Mudar dá trabalho, às vezes dói, mas a gente acaba descobrindo que aos poucos conseguimos. 

Paralelamente vem a mudança no cardápio. Esta também é gradual. Mas também é uma mudança trabalhosa (se você é obeso, sabe muito bem do que eu estou falando). Não é fácil se desvencilhar de hábitos aos quais você está condicionado há muito tempo.
Antes de perceber tudo isso e iniciar esse processo de mudança, eu sentia uma pena danada de mim. Sentia pena porque percebia que perdia muitas coisas (tempo, oportunidades, saúde, paz, amores, minha vida) e me sentia muito infeliz. Essa auto-piedade só começou a ir embora quando me propus a fazer o que jamais havia feito: cuidar de mim. Enfim pude enxergar que eu se começasse a tomar conta de mim com carinho, fé e dedicação, eu poderia ir muito longe, eu poderia muito mais, bastava começar a tentar.

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